quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Chacrinha marca os 60 anos da TV brasileira

Foto retirada Site O Fuxico
Por Juliana Galvão, Layrton Gomes e Simone Cereja

A televisão brasileira comemorou 60 anos neste último sábado, 18 de setembro, e ninguém melhor para representar esse poderoso veículo de comunicação que Aberlardo Barbosa, o Chacrinha. O “velho guerreiro” como definiu carinhosamente Gilberto Gil, começou no rádio e mais tarde revelou-se como um fenômeno da comunicação televisiva.  

Através da TV ele fez consolidar sua carreira. Foram as imagens que proporcionaram a Chacrinha a legitimação de seu talento inquestionável em fazer o público inflamar-se e entregar-se de corpo e mente a ele. Seu poder midiático foi algo mágico.

O bancário Manoel Reis, de 55 anos, é uma das pessoas que acompanhou a carreira do artista e comenta saudosamente sobre ele: “Era um exemplo de irreverência , grande comunicador, com enorme carisma e linguagem popularesca. Soube como ninguém democratizar a televisão brasileira. Toda essa combinação de qualidades só me faz concluir que ele era um gênio”.

Pois é, Chacrinha possuía rica linguagem verbal, mas também entendia como poucos de linguagem corporal e de signos. Quando um calouro ia mal em uma performance, troféu abacaxi pra ele, acompanhado de uma boa buzinada (acessório que ele carregava pendurado no pescoço). Suas “tiradas” eram fabulosas e mesmo sendo esculachado no programa, o participante saía sorridente.

Para a bancária aposentada Aparecida Libânio, de 61 anos, o comunicador representou o início de uma era de programa de calouros. “Foi ele quem deu início a esses programas que vemos hoje”. Espontâneo, natural, Chacrinha conseguia interagir com a platéia de maneira única. A forma como se vestia era irreverente, ele brincava com o público, mas também era sujeito político ativo na sociedade. Nunca deixou de alfinetar a ditadura militar de forma inteligente em seus programas.  “Ele era humorista, lutou com a arma que tinha em mãos: o humor. Nunca podemos subestimar o poder do humor que é uma arma poderosíssima, senão for a maior de todas”, comenta Aparecida.

Foto retirada Site O Fuxico
Aparecida afirma que hoje, com o advento da tecnologia, a televisão perdeu muito a interação espontânea do público. “Hoje em dia utilizam a claque [placas que pedem a interação do público]. A produção dos programas pede para a platéia sorrir, cantar e aplaudir. Chacrinha preferia ver a reação verdadeira do público e tinha a sorte de ter a resposta sempre participativa das pessoas.

Chacrinha também foi criador de bordões como: "Na televisão nada se cria, tudo se copia".  "Quem não se comunica se trumbica", “ Eu vim para confundir e não para explicar”, que se encontram presentes até hoje na sociedade. O que o “velho louco” gostava mesmo era de buzinar a moça e comandar a massa.

É essa visão que a doméstica Encarnação Zanelato, de 54 anos, diz ter dos programas que assistia em suas tardes de sábado. “Eu podia passar horas assistindo ao Cassino do Chacrinha, que nunca me cansava. Eu me lembro da fase do Chacrinha na Rede Globo, e por mais que as pessoas julguem que essa foi a fase mais light dele, eu adorava o humor  inteligente e popular.”

Outra característica que chamava muito a atenção dos telespectadores, principalmente do público masculino eram as chacretes, dançarinas apelidadas com nomes exóticos e que vestiam somente maiôs minúsculos durante o programa. Muitas ficaram famosas devido ao sucesso do programa. Rita Cadilac é uma delas.

Sabia improvisar como ninguém e também tinha uma enorme criatividade para produção de merchandising. Quando o bacalhau encalhou nas Casas da Banha por causa da crise econômica no país, ele atirava o peixe em toda a platéia que ia ao delírio com a sua excentricidade . O mais interessante é saber que seus espetáculos sempre alavancavam as vendas dos produtos rejeitados pelo preço, nas lojas anunciantes do programa.

Chacrinha foi realmente um fenômeno. Ficou na televisão de 1950 a 1980. Passou pela TV Tupi, TV Rio, TV Bandeirantes e TV Globo. Em todas, tinha ótima audiência.

Esse mestre da comunicação foi subversivo, adorava inverter a ordem, um verdadeiro transgressor das regras de sua época. Chacrinha realmente é uma grande escola para quem pretende se envolver com Comunicação Social.

Assista a vídeos do Chacrinha:



Imprensa tenta parecer isenta de preferências em época eleitoral

Camila Monteiro e Gustavo Dalle Vedove

As eleições estão aí! Daqui a duas semanas ocorre o que muitos chamam de “festa da democracia”. E você já parou para pensar em como é o comportamento da imprensa em época de eleições?

A jornalista e professora, Giselle Tomé, conta que alguns veículos preferem não falar absolutamente nada sobre política durante as eleições. Porém, em veículos de maior porte, como a Folha de São Paulo, por exemplo, existe até um núcleo de política dentro da redação. “Os jornais do Brasil não declaram uma predileção por determinado candidato, mas ela existe. Aqui acontece o contrário de países como os Estados Unidos, onde os veículos de imprensa dizem abertamente qual candidato apóiam”. Giselle pondera que há de se ter equilíbrio ao dar notícias políticas em tempos de eleição. Até porque, O Tribunal Regional Eleitoral proíbe e pune os jornais que se posicionarem a favor ou contra um candidato. Todos devem ter o mesmo espaço.

Para a historiadora e professora, Lorayne Garcia, a imprensa sempre se posicionou quanto à questão das eleições, contudo, como acontece ainda atualmente, não deixam claro com qual candidato se identificavam. “Desde 1858, com o seu surgimento, a imprensa tem influenciado a política. A única época em que a maior parte da imprensa se calou, foi na ditadura”.

Lorayne destaca, ainda, que a imprensa teve papel fundamental em alguns acontecimentos da história brasileira. “Ela se posicionou na Era Vargas, assim como na campanha Diretas Já, sendo uma das principais responsáveis pelo sucesso do movimento”. A historiadora finaliza que “a imprensa é o porta-voz de determinados grupos”.

O importante agora é prestar bastante atenção nos candidatos e votar com consciência e de acordo com suas convicções, pois o destino do país pelos próximos anos está em nas mãos do cidadão brasileiro.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Alternativas à música sertaneja em Prudente: raras, mas possíveis

Camila Monteiro e Gustavo Dalle Vedove

A vertente musical predominante na cidade de Presidente Prudente é o sertanejo, principalmente, o universitário. Mas e quem não gosta deste tipo de música, como faz para se divertir aqui? Fábio Sato, com a intenção de fugir da regra montou um bar, onde há o intuito de não tocar sertanejo. E a ideia deu certo. “Nós fizemos uma pesquisa que indica que 80% do público do nosso estabelecimento prefere o pop, o pop rock ou a MPB, ao invés do sertanejo”, diz Sato.

O empresário, que afirma gostar de música boa, independentemente do estilo, afirma que as músicas sertanejas são todas muito parecidas, porém salienta que ela precisa ser respeitada, pois atingiu o Brasil todo e movimenta fortunas.

Para o músico e não-apreciador de música sertaneja, Marcelo Zorzeto, que se apresenta na noite prudentina com um repertório que, segundo ele, vai de Elton John a Radiohead, podendo ser definido como pop/rock internacional, existem sim pessoas que gostam de ouvir outros estilos na cidade que não seja o sertanejo, mas são poucas. "Normalmente, nas casas onde toquei aqui em Prudente, minha música não foi bem recebida pela maioria”, declara. Zorzeto afirma que, várias vezes aconteceu de ele estar tocando o seu estilo e os freqüentadores do bar em questão pedirem para ele tocar músicas do repertório de determinadas duplas sertanejas.

O músico diz que lugares que se propõem a não tocar sertanejo em Prudente tendem a não durar muito tempo e cita como exemplo, o já fechado Bar Serpentina, onde músicos de MPB se apresentavam. Destaca que fora do circuito de bares, há o Sesc, que ele, como espectador, afirma ser um refúgio para aqueles que têm um gosto mais diferenciado.

Se você não gosta de sertanejo e vive em Prudente, é só procurar que você acha alguma opção diversificada. Segue abaixo uma lista de alguns locais na cidade onde não se toca música sertaneja:

- Sr. Boteco (@SrBoteco)
- Trip Bar (@TripBar)
- Sesc Thermas (@sescthermas)
- Garden

Mídias sociais facilitam trabalho de comunicador


O publicitário Fernando Garcia acredita
na eficácia das mídias sociais

José Thiago Zago e Bernardo Silva

A cada dia mais e mais pessoas ao redor do globo surfam na rede mundial de computadores e com este crescente aumento de acessos e cliques o convívio também se torna abstrato. Bem ou mal, os sites de relacionamentos vieram para encurtar distancias e criar uma nova forma de relacionamento: o virtual.

Twitter, Orkut, Facebook e blogs tornaram-se mania e parece que vieram para ficar. Não só usados na promoção interpessoal, agora publicitários e assessores de imprensa usam esses recursos para complementar seus trabalhos.

“É um modo de aproximar o cliente da marca, da empresa”, diz Fernando Luiz Garcia. Estreitando laços com os clientes, o feed-back é mais real e concreto, complementa o publicitário.

Ainda sendo desbravada aqui no Brasil, esse tipo de recurso já é empregado pela Universidade do Oeste Paulista (Unoeste). Assessora de imprensa da universidade, Aline Blasechi, diz que o website e o Twitter são formas de sempre manter seu público-alvo mais próximo, fortalecendo a marca e agilizando os serviços de ouvidoria. “O Twitter veio como um canal direto de comunicação com os alunos”, diz Blasechi. Com o número de seguidores em constante crescimento, os alunos participam fazendo perguntas, dando sugestões. “O retorno é mais forte e direto do que no site”. Com públicos diferentes, essas mídias também são usadas com propósitos distintos: “O website é necessário pois é tido pelo internauta como mais confiável por ter uma linguagem mais formal, oposto do Twitter. Mas ambos são importantes.” Ainda, o Youtube também é uma mídia muito usada pela empresa principalmente para propagar as marcas e as campanhas institucionais.

Aproximação com o público-alvo é o resultado do uso das redes sociais, nisso tanto a assessora quanto o publicitário concordam. Mas fica a dica de ambos, para cada mídia é preciso respeitar as diferentes linguagens.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Leitura gratuita: blogs podem proporcionar conhecimento sem sair de casa

Por Juliana Galvão, Layrton Gomes e Simone Cereja

Você já pensou em separar alguns minutos do seu dia para escrever? Os assuntos são variados e dependem do seu interesse. Assim faz a blogueira Mariana Perussi, que estuda Comunicação Social e há mais ou menos um mês escreve sobre fatos simples do cotidiano. Ela conta que foi imediatamente seduzida pela ferramenta, mas confessa que passa alguns dias sem postar e por isso é cobrada pelos leitores.

Os blogs oferecem diversos conteúdos informativos de autores que produzem e publicam seus pensamentos gratuitamente. Enquanto muitos compram seus livros em sebos, ou abastecem seus e-books em livrarias, existem aqueles que não se preocupam em sair de casa para encontrar uma boa leitura.

O blog nasceu em 1999 e é uma estrutura que permite a atualização rápida de conteúdos através dos posts. Organizados de forma cronológica inversa, combinam texto, vídeo, imagem e links. Usuários atribuem o sucesso da ferramenta à rápida e eficiente interação entre autores e leitores. No Google podem ser encontradas mais de 156 mil páginas em português contendo o termo blog.


Mas é preciso ter cuidado. Nem sempre os autores de blogs escrevem com o objetivo de informar. Afinal, o blog é uma página pessoal e livre, você escreve aquilo que vier na cabeça.

Entretenimento para alguns, coisa séria para outros. Cerca de 300 pessoas se reuniram na cidade de São Paulo no mês passado (22/08) para o 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, onde aprovaram uma carta para a categoria (leia a carta na íntegra). O documento contém textos sobre o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), combate a censura e apoia a regulamentação dos artigos da Constituição Federal, que tratam dos meios de comunicação no país e de incentivo a estruturas de financiamento para produtores autônomos.


Que tal comentar sobre a “Carta dos Blogueiros Progressistas”?